terça-feira, 30 de setembro de 2008

Revolução

Abriu os olhos e botou-se a notar

Pés, mãos, bocas e barrigas
Sangue, terra, armas e feridas
Rostos cansados de sofrimento
Sonhos deixados ao vento

A culpa é deles, é minha, é sua
Lute por isso, vá para a rua
Tomou coragem para se mexer
De vez fazer aquilo desaparecer

Cumpriu a tarefa complicada
Deixou tudo calado
Televisão deligada
Problema acabado

Fechou os olhos e voltou a cochilar

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Idealização

Sem brincadeiras com responsabilidade
Sem boicotes a liberdade
Não me chame de tua nem queira ser meu
Não há um homem que só de amor já viveu

A responsabilidade pelo meu amor é minha
A tua é tua
Não me deixes desaprender a ser sozinha
Nua e crua

Cuida de ti que de mim cuido eu
Trate de ser inteiro, completo
E nos entregamos na luz ou no breu
Um amor de profundidade repleto

Sejamos um par, não unidade
Deixamos de lado toda vaidade
Esqueçamos burocracia, complexidade
Vivamos em nossa simplicidade

sábado, 27 de setembro de 2008

Explicando a alteração de blog. Aquele nome me irritava. Extremamente. Nem eu conseguia pronunciar aquela porra, quanto mais passar para os outros!

- Eu tenho um blog :)
- Jura? Que legal, qual o endereço?
- Ah, depois te passo o link, hehe

Meio Claire só funciona para quem assistiu Tudo Acontece em Elizabethtown e se você não assistiu, não é feliz. Ficadica. Porque eu sou meio Claire mesmo e na verdade só não digo inteira por falta de informação a respeito de mim mesma. E eu gosto mais de meio do que de a little bit, sabe como é, desesperadamente eu grito em português ¹. Na verdade eu queria mesmo era ter um blog chamado Errata, porque isso aqui não passa de uma grande indicação dos erros cometidos dentro e fora de mim mesma. Porém o tal nome já existe. Então eu me sinto perdida em buscar um nome e mudo tanto de blog. Mas que fique claro que prometo parar com essa minha mania de amor romântico desesperada em busca de um par leia-se: nome de blog perfeito. Sério. Meio Claire é bacana, né não?

¹ Belchior

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Não há necessidade em contar
Há muito sei que entendes
Deixo-te as palavras pelo ar
Para não deixar-nos mais carentes

Mil textos que poderia redigir
Mil formas de nos lembrar
Mil músicas teriam de existir
Mil sonhos ao deitar

Não há necessidade em contar
Há muito já sabes dessa dedicação
Deixo-te as palavras pelo ar
Para que tu cuides da própria emoção

Negando toda a lógica do dicionário
E os diálogos poéticos do romantismo
Pois a gramática que guardo no armário
Não ajuda meu próprio neologismo

Mil novas palavras eu teria de inventar
Mil histórias que hão de vir
Mil formas de um mesmo falar
Mil expressões que espero ver surgir

Não há necessidade em contar
Deixo-te nas entrelinhas
Deixo-te as palavras pelo ar
Deixo-te risadas minhas

Enquanto tu souberes cá a minha posição
Do teu lado, em teu ombro
Afirmo-te que não importa a localização
Serei teu guia, tua mão, teu desassombro

Mil sentimentos ainda não-entitulados
Mil planos
Mil casos ainda não-concretizados
Mil anos

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Não entendo mesmo esse negócio de idolatria, principalmente quando vejo em torno de quem esse tipo de coisa acontece. Mas ao contrário da maioria da crítica eu não tenho absolutamente nada contra os grandes ídolos que estão por aí, tenho é contra as pessoas que os colocam nesse patamar. Dois exemplos que eu adoro usar: Mulher Melancia e Amy Winehouse como se escreve essa porra? A primeira nasceu com determinada parte de seu corpo de tamanho privilegiado sobre as demais, legal, muito bacana mesmo. E? Precisa mesmo um país inteiro se movimentar para falar a respeito disso? Já morro de raiva dos homens que param durante horas para verem a mulher rebolar, compram sua playboy e ficam tocando uma sozinhos trancados no quarto. Vai arrumar uma mulher de verdade, meu filho! Vai ler um livro de verdade pra poder ter um papo decente com seus amigos e se eles só gostarem de falar sobre mulheres e carros, acredite, está na hora de trocar de amigos. Mas acho que o que me dá mais raiva são as atitudes femininas com relação a mulher em questão. Todas elas se juntam na frente da tevê num aglomerado e com olhos tão famintos que parece padre olhando menininho de cueca, aí aparece a sensação do momento: Mulher Melancia. E todas elas desatam a falar do quanto a tal da Melancia é gorda, tem a pele ruim, estrias e celulites. Ok. E você amiga, não tem não? Ou você vai ficar mais bonita se disser que aquela que faz sucesso é feia? Aliás, se você for mais bonita, você será superior a ela ou a qualquer uma dessas suas comadres que estão sentadas aí com você? Acho paia dizer "É inveja", mas se não for isso, não vejo outra explicação. A segunda, Amy Caralhoaquatro então, nem preciso dizer... de um lado aquele monte de gente conservadora disposta a acabar com a imagem dela colocando-a como a drogada-demente-perdida a qualquer custo e do outro lado vários grunges querendo se pagar de legais e moderninhos achando o máximo tudo que ela faz, seja ou não prejudicial a saúde. Poxa, ela é só uma cantora pop, ninguém vê isso? Me confunde cada vez mais pensar para onde estamos caminhando se tudo o que deveria nos servir de puro entretenimento acaba virando assunto em rodas de domingo, cartazes no quarto e uma psicótica perseguição psicológica muito pê nessa frase né? :T não a idéias, a atitudes ou posições corretas, mas sim a pessoas, sem estrutura ou desenvolvimento mental superior a nenhum de nós, mas que mesmo assim fazemos questão de colocar um patamar acima. Não adianta gostar nem desgostar de ídolo nenhum, a culpa realmente não é deles. É nossa. É dessa gente toda que fica parada falando dos tais ídolos. Mulher Melancia não mata ninguém, não rouba ninguém, às vezes é até gente boa o problema é o que nós fazemos com a imagem dela. E sim, isso é um problema gravíssimo. Responde pra mim, qual o objetivo cultural de um país que ainda se utiliza da imagem mulher-objeto pra conseguir ibope na tevê? Em torno de que, ou no caso, de quem o nosso mundo gira? E pra onde isso vai nos levar? Pra onde?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Não confio muito em mim mesma não. Aliás, nem gosto muito de gente em quem se pode confiar. Minto, minto. Deixe-me explicar. Não gosto muito de gente que não lê o dicionário. Quer dizer, confiança segundo o dicionário: familiaridade; fé. Isso é legal. Mas as pessoas insistem em falar de confiança, de respeito e de muitos outros termos tão importantes baseando-se apenas no conceito cultural que nos foi apresentado, praticamente imposto eu diria. Desse tipo não gosto. Deus me livre das pessoas de caráter! Até porque quem diz ter caráter nada mais é do que alguém que está dentro das normas que disseram para ela serem legais e eu sei disso porque já fui assim. Quando alguém busca conhecer-se de verdade descobre em si tanta coisa além dessas normas que pode sentir-se até impuro, mas com o tempo isso é trabalhado e descobre-se mais uma coisa: Que não há nada mais impuro do que ser humano. E eu adoro seres humanos. Humanos no sentido bruto, não nesse que nos colocaram aí: Que todo ser humano é ganancioso por natureza, O CARALHO! É só mais um conceito monstruoso que nos colocaram como biológicamente correto, pra poder justificar o que fazem conosco todo dia, essa nossa construção de seres humanos para mitos. Não faço questão de ser um mito e não gosto de gente que faz. E são esses conceitos que eu falei no começo que nos transformam em mitos. Pois eu não sou e não gosto de quem é. Não gosto desse tal caráter, dessas origens que na verdade não vem de dentro, só te colocam na linha que acham correta ser seguida. Eu gosto mesmo é de quem se trai, mas se trai justamente por saber bem quem é e como tal estar sujeito a mudanças em todos os pontos de sua vida. Ninguém é imutável. E quem o é, já está petrificado, não tem mais carne, osso, coração e muito menos cérebro. Ter excesso de necessidade de respeitar, confiar, ser fiel só nos faz intolerantes e nada mais é do que um bem para o nosso ego que nos convence a cada dia dessa pureza, que na verdade, vem de fora pra dentro e não o contrário. Por isso não gosto de quem segue esse tipo de personalidade padronizada, que no fundo nada mais é que um egoísmo bem aceito socialmente. Erre mais, meu amigo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Raul Seixas - A maçã

Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar

Se eu te amo e tu me amas
E um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais

Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar

Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais

O amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar



É romântica demais, como pode! *.*