quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Meu caso de amor com uma velha

Eu ando nas ruas de cabeça baixa ou olhando reto. Fazendo mil planos. De quem serei, do que farei. De como mudarei o mundo, do quanto permitirei a ele me mudar. De como serei útil. Enquanto andava uma velha passou por mim. Não era bonita, nem feia, não era pobre, mas com certeza não tinha dinheiro. Era uma velha. Ela disse: "Bom dia". Sorri. De que adiantam tantos planos e tantas revoluções silenciosas se não se diz Bom Dia? Imaginei quantos Bons Dias ela diz por dia. Imaginei quantas pessoas ela faz sorrir. É, ela é mais útil do que eu.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Herança Mortal

Foram todos substituídos
Os galhos de vida abolidos
A água que corria secou no calor
E aqui veio morar um senhor

Que festival de cores aqui se amavam
Quando as diferenças se encontravam
E todo mundo andava sempre solto
Um organismo no outro envolto

O tal senhor aparentemente ranzinza
Trouxe consigo muita gente
Que é grande, quadrada e cinza
Que não respira, não ama, não mente

A gente grande daqui era verde e dava fruto
Os que nelas brincavam de toda cor
As de agora ficam em repouso absoltuto
E delas sai uma fumaça cheia de dor

Toda beleza vira papel
Papel que vira mais gente incolor
Tudo que se escuta é tropel
Tudo que se sente é mais calor

E para os filhos que nunca terei
Deixo minhas desculpas, meu arrependimento
Por essa herança que sem querer deixei:
Um mundo sem água, sem cor, sem vento

terça-feira, 11 de novembro de 2008


Eu não nego, eu me entrego.


Ps. Me sinto tão ridícula fazendo declarações para o além quando gostaria de dize-las afinal. Entretanto, compreendo que talvez nem todo mundo goste de atender ao telefone as 2:00h da madrugada para ouvir as seis palavras acima.