quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Andei pensando: Querendo ou não, todo mundo ao longo da vida acaba construindo uma base, não importa se for constituída por um ou mil pilares, não deixa de ser uma base. Algo que te sustenta, alguéns para quem você corre quando se sente meio sem chão, afinal, a partir do momento em que as respectivas pessoas se tornam os pilares de sua base elas passam a ser seu chão. Não digo que é certo conviver, viver, amar e compartilhar tanto de si com determinadas pessoas a ponto de apoiar-se nelas, digo apenas que é inevitável. Afinal, labirintos complexos como todos somos, vez ou outra perdemo-nos em nós mesmos e não há nada mais reconfortante do que saber que quando isso acontecer não caíremos, pois lá estão: Nossos pilares. Nossa base. Minha questão é: E quando um desses pilares desmorona? Seja por atrito com quem o fez de base, seja para servir de base para outra pessoa ou seja simplesmente pela força do tempo, sabe como é, tem construção que não dá para se conservar para sempre. E aí? O que a gente faz?

  1. Tenta fortalecer os outros pilares já existentes para ver se sobrevive sem aquele? Mas e quem já está acostumado com um determinado número de pilares? Afinal, seria como se hoje declarassem: Não teremos mais sete dias na semana, apenas seis. Dá para conservar uma base pela metade?
  2. Procura outra pessoa que possa eventualmente tornar-se um pilar? Mas é importante frisar que nenhum pilar é igual ao outro. E então se for encontrado outro pilar, mas por ter forma diferente acaba mesmo assim não preenchendo o espaço vazio?
  3. Espera até que aquele pilar resolva voltar e tornar sua base completa de novo? Mas e se ele voltar bem diferente do que foi? E se demorar demais? E se não voltar? Onde a gente se apóia nesse meio tempo?
Uma base composta de pilares. Um deles cai. Me diz, como é então que a gente faz para não desmoronar?
Escrito por alguém, cuja base de cinco pilares acabou de ficar manca.

2 comentários:

Tatiana disse...

Penso que o problema vem antes. Nós fazemos de outras pessoas os nossos pilares porque temos apego, e o apego, de uma forma ou de outra, sempre vai gerar sofrimento.

Claro que isso é a teoria. Sempre fui pseudo-budista. De todo modo, estou certa de que, agora que um pilar se foi, mesmo que você venha a cair, há de se levantar depois. É o que importa, não?
É o que importa, Paula.

Anônimo disse...

Penso que com o tempo a gente aprende a fazer nossa base com apenas um pilar: nós mesmos. E as outras pessoas passam a ser referências, apenas. Que nos ajudam, que nos entendem, mas que nunca sustentam.